O preço da Liberdade
Sua liberdade começa quando a minha termina?
Bruno Aiub- Monark
Recentemente fomos surpreendidos com o desligamento de Monak (Bruno Aiubi) do Flow Podcast e do Estúdios Flow.
Mesmo sendo dono de 50% de tudo e tido participação na criação e desenvolvimento do projeto que hoje é sucesso na internet brasileira, o youtuber foi desligado por falar algumas bobagens ao vivo durante a uma das entrevistas, da qual inclusive, foi excluída das redes sociais do grupo Flow.
Monak já é um antigo conhecido da web, um dos primeiros youtubers brasileiros, que gerava conteúdo gamer para uma geração que se tornou fã do trabalho desse jovem.
Ao lado de Igor 3K (Igor Coelho), também youtuber e gamer desde de o surgimento do Youtube Brasil, eles deram início a um podcast chamado Flow com fortes influências de programas norte-americanos do gênero.
Desde de o início a dupla dizia ter como foco a liberdade de ter um bate-papo com os entrevistados sem muita responsabilidade.
Em quase todos, se não em todos os programas, sempre tiveram a presença de bebidas alcoólicas e várias outras drogas.
Nessa onda de entrevistas informais, a dupla viralizou mais uma vez, agora juntos nesse projeto.
Acabaram ainda, sendo inspiração para muitos outros podcasts que seguiam e seguem ainda hoje a mesma linha de raciocínio, cenário e assuntos.
A primeira grande polêmica de Monark, após a criação e sucesso do Flow, aconteceu quando ele se envolveu no Twitter em uma discussão sobre racismo que envolvia o jogador de vôlei Maurício Souza.
Depois de perder patrocinadores e sofrer muita repressão na internet, Bruno Aiubi se explicou quanto a suas falas no Twitter, deixando o assunto em segundo plano na mídia e demonstrando que sua intenção teria sido ampliar mais o debate quanto ao assunto mesmo.
Infelizmente, no dia 07 de fevereiro de 2022, durante o episódio 545, Monak acabou expressando uma opinião quanto ao nazismo, que imediatamente começou a gerar consequências a ele próprio e aos Estúdios Flow.
A entrevista com os deputados Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP), tinha como tema liberdade de expressão, e no desenrolar de algumas horas de bate-papo e muita bebida, Monark disse a frase:
"A esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço. Eu sou mais louco que todos vocês. Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista, reconhecido pela lei".
A afirmação vinha em contrapartida a ideia de que, já que existem partidos comunistas, mesmo o comunismo já tendo sido responsável por incontáveis mortes, muito mais mortes inclusive que o nazismo, por que não ser permitido um partido nazista?
A perseguição nazista contra toda uma raça foi cruel e covarde e a tentativa de criar um povo “puro”, “ariano”, trouxe sequelas irreparáveis para o mundo.
Porém, o que podemos dizer de partidos que trazem em si essências comunistas?
A estimativa trazida em “O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror, Repressão” (obra anticomunista coletiva de professores e pesquisadores universitários europeus) é que o comunismo teria matado cerca de 94 milhões de pessoas ao redor do mundo, contra quase 10 milhões de mortos no holocausto nazista.
Os números são assombrosos em ambos os lados, porém muito maiores para o lado comunista de ser.
Triste ver que essa ideologia se mantém vívida entre nós ainda nos dias de hoje, tendo partidos que defendem fielmente essa bandeira e todas as regras das cartilhas terroristas criadas por grandes líderes e intelectuais comunistas.
Reconhecer que a fala de Monark foi completamente absurda é um primeiro passo, o segundo é ver que na lógica seguida para com partidos comunistas, Monark teria razão em abrir o debate para esse sentido.
Qualquer governo que usa do medo e da morte como aliados, é de fato, indigno de representar uma nação!
O mais triste nessa história toda, é ver que o Flow, criado para que seus membros e entrevistados tivessem liberdade de falar bobagens, beber, fumar e se divertir, quebrou sua linha de criação ao demitir um sócio por ter dito um absurdo.
Mas, e a liberdade, onde ficou?
É claro que, o preço da liberdade é arcar com as consequências dela, o Flow perdeu patrocinadores, confirmações de agenda, entrevistados solicitaram que seus vídeos fossem apagados, estão sobre investigação, enfim.
Essas consequências eram óbvias depois de uma frase tão maldita, mas será que a demissão de um rapaz que ajudou a dar brilho ao projeto, era proporcional, mesmo tendo em vista que o intuito do programa era falar livremente sobre quaisquer assuntos?
O que foi dito está dito, o que temos agora é a certeza de que o Flow Podcast nunca mais será o mesmo depois dessa cicatriz que se abriu.
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